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Marilyn Manson - The High End of Low

publicado em
20/06/09
Se colocarmos o novo disco de Marilyn Manson para tocar logo depois de ouvir um de seus primeiros álbuns o susto é grande. Aquela barulheira chata e industrial se transformou, ganhou melodia e perdeu peso. Essa mudança foi gradativa e por isso não deve ter assustado tanto os fãs que - assim como o sr. Manson - devem ter crescido musicalmente.
Sejamos sinceros. No início de carreira Marilyn Manson chamava mais atenção por suas declarações, atitudes e visual bizarro do que pela música que fazia. Ah, não podemos esquecer das dúvidas sobre Manson ser ou não ser o ator que interpretava o personagem Paul Pfeifer no seriado “Anos Incríveis”. Toda a publicidade manteve o cantor em evidência e ajudou a firmar sua carreira. Jogada inversa ao que Ozzy Osbourne fez, que de grande cantor se tornou uma caricatura de si mesmo. Mas vamos ao disco.
“The High End of Low” é menos sombrio e angustiante que seu antecessor, “Eat Me, Drink Me”, que trazia letras bem pessoais falando do casamento desfeito de Manson. São 15 faixas em pouco mais de 70 minutos de música. “Devour” foi a música escolhida para abrir o disco. No início ela mantém o clima do álbum anterior, melancólica, mas no final ganha força com a entrada da banda e dá o tom que se segue em outras faixas.
“Pretty As a Swastika” tem um ‘riff’ que lembra o clima anos 80 de bandas de gothic rock, mas ao tempo mesmo tem ruídos característicos dos trabalhos de Manson e um baixo poderoso, marcando o retorno de Twiggy Ramirez. Uma das melhores músicas do álbum. Esse clima gothic rock permeia outras faixas e dá ao álbum uma cara mais rock n’ roll, menos industrial, menos metal do que trabalhos anteriores. E funciona bem.
A terceira faixa, “Leave a Scar”, mantém o bom nível do álbum. Em algumas músicas o destaque é o trabalho acústico, como em “Four Rusted Horses” e a surpreendente balada “Running to the Edge of the World” que até chega a lembrar algo de David Bowie.
Quem prefere os sons mais eletrônicos que sempre permearam as músicas de Manson deve gostar de “Blank and White”, “Wow” e “Arma-Goddamn-Motherfukin-Geddon”, que traz um pouco de faixas como “Beautiful People”.
“Wight Spider” é outra música bem interessante, arrastada, com uma linha de baixo onipresente, mostrando mais uma vez que a estrela do disco - queiram ou não os fãs - é Ramirez.
Confesso que nunca fui fã desse respeitável senhor, mas os últimos dois discos me surpreenderam positivamente. “The High End of Low” tem elementos para agradar os fãs da primeira fase do vocalista e aqueles que curtiram mais seu último álbum. Merece atenção.

Faixas do CD:

01. Devour
02. Pretty as a Swastika
03. Leave a Scar
04. Four Rusted Horses
05. Arma-goddamn-motherfuckin-geddon
06. Blank and White
07. Running to the Edge of the World
08. I Want to Kill You Like They Do in the Movies
09. WOW
10. Wight Spider
11. Unkillable Monster
12. We’re from America
13. I Have to Look Up Just to See Hell
14. Into the Fire
15. 15

Por Eduardo Guimarães

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