Embora possa parecer logo de cara, este não é um disco de guitarrista. Além de
tocar o instrumento, Frusciante canta e faz algumas linhas no baixo e nos teclados. Tudo é bem arrastado, experimental e “viajante”. Não espere, portanto, canções bem construídas e coesas, com temas criativos e emocionantes.O clima sombrio e um tanto quanto depressivo dá o tom em uma boa parte de “The Empyrean”, mas com recursos fáceis e óbvios, como um sintetizador insistente e voz cheia de efeitos. Levadas “quase parando”, vocal “quase no tom”, melodias “meio morrendo” e bends “meio na trave” marcam o trabalho. Frusciante é sim um músico talentoso, mas na ânsia de ser melancólico, psicodélico e dissonante, conseguiu soar apenas monótono, desafinado e ruidoso.
Claro que nem tudo é de se jogar fora. Alguns arranjos de cordas e as participações do baixista Flea, companheiro de Frusciante no Red Hot Chili Peppers, e do guitarrista Johnny Marr, do Smiths, deixa a coisa um pouco mais formatada e profissional de vez em quando.
A crítica geral certamente vai elogiar muito o guitarrista porque parecerão descolados fazendo isso, mesmo que nunca mais coloquem o disco para tocar. “The Empyrean” tem o mérito de, embora chato e às vezes até ingênuo, soar sincero e não ter sido feito para tirar um troco dos fãs. Mas está longe de ser uma obra-prima. Existem jeitos e discos bem melhores para se curtir uma depressão ou uma “viagem dentro do quarto”.
Faixas do CD:
01. Before the Beginning
02. Song to the Siren
03. Unreachable
04. God
05. Dark/Light
06. Heaven
07. Enough of Me
08. Central
09. One More of Me
10. After the Ending
11. Today (bônus)
12. Ah Yom (bônus)
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