
Mas entre uma injetada, uma fumada e uma cheirada, Doherty compõem belas canções, como as que se ouvem em sua estréia solo, “Grace/Wastelands”. As 12 faixas do álbum vêm embaladas numa atmosfera acústica e rica em arranjos trabalhados - como acontece em “1939 Returning”. A participação de Graham Coxon, guitarrista do Blur, é discreta, mas precisa. Ele toca em todas as faixas com exceção de “Broken Love Song”. Não há nada muito Blur ou muito britpop em “Grace/Wastelands”, mas há uma pegada que distancia a música de Doherty de seus trabalhos anteriores. Assim, o som que se ouve não é o punk ‘revival’ e agressivo do Libertines ou do Babyshambles. Mesmo “A Little Death Around the Eyes”, que contou com colaboração do ex-parceiro Carl Barât, não é uma música que lembre o Libertines. Ela parece tirada da trilha de algum filme ‘noir’. Em todo o repertório, aliás, há essa aura ‘retrô’, melancólica e sombria. Há exceções, claro. “Sweet by and By”, por exemplo, é um jazz de cabaret. “Palace of Bone” traz percussões. E “Sheepskin Tearaway”, um dueto com Dot Allison, é um folk pop.
A canção que realmente remete a suas outras bandas é “New Love Grows On Trees”, mais por causa da letra do que por sua sonoridade. Ela aborda a juventude sem futuro, idéia herdada do punk inglês dos anos 70. De qualquer modo, é como se Pete Doherty estivesse falando de outro tempo e lugar, que não os seus.
Faixas do CD:
01. Arcady

02. Last of the English Roses
03. 1939 Returning
04. A Little Death Around the Eyes
05. Salomè
06. I Am the Rain
07. Sweet by and By
08. Palace of Bone
09. Sheepskin Tearaway
10. Broken Love Song
11. New Love Grows on Trees
12. Lady Don’t Fall Backwards
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