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Heaven and Hell - The Devil You Know

publicado em
04/05/2009

A história do Heaven and Hell e sobre como a idéia para fazer este disco nasceu todo mundo já deve saber. Então vou tentar me ater às dez faixas que “The Devil you Know” traz. Confesso que é um pouco difícil escrever qualquer coisa sobre Tony Iommi, Geezer Butler, Ronnie James Dio e Vinny Appice sem deixar que meu lado fanático fale mais alto. Mas ser fã não deve impedir ninguém de analisar um trabalho.
A expectativa sobre esse lançamento foi muito grande desde que os integrantes anunciaram que estavam trabalhando em novas composições, após a bem sucedida turnê da qual foi lançado um CD e DVD ao vivo. Com as três músicas inéditas que o Black Sabbath lançou na coletânea “The Dio Years”, os fãs tiveram certeza que esses quatro senhores ainda tinham muito a mostrar. “The Devil You Know” é um disco que deixou vários fãs um pouco decepcionados quando o ouviram pela primeira vez. Pelo menos foi o tom dos comentários em sites e comunidades relacionadas ao tema. Eu senti a mesma coisa. Mas este trabalho está longe de ser um disco ruim, descartável ou inexpressivo. É mais relevante do que a maioria dos lançamentos atuais, não por se tratar de lendas do metal, mas pela qualidade das faixas.
Ronnie James Dio continua incrível. Como um senhor com 66 anos de idade consegue ter aquela voz? Além da voz, a interpretação é marcante em diversas faixas, como em “Atom & Evil”. Claro que em estúdio tudo é possível, mas em breve vamos comprovar o poder do baixinho. Geezer Butler se faz presente em todas as músicas de forma clara, com tons mais agudos do que normalmente ouvimos em álbuns antigos.
Vinny Appice continua o mesmo. O baterista pode não ser lembrado quando se fala em técnica, mas suas batidas continuam certeiras e eficientes, como nos tempos de “Country Girl”. E Tony Iommi... bom, é aí que o resultado não supera a expectativa. Discutir a importância desse homem para o metal é redundante, ele é simplesmente o pai disso tudo. Mas em “The Devil You Know” o demônio que conhecemos não se faz tão presente quanto em nos outros trabalhos do Black Sabbath.
Sim, o álbum traz ‘riffs’ com a marca Iommi, daqueles que você ouve e sai cantarolando, mas parece que falta algo que realmente seja marcante como “Mob Rules”, “Country Girl” ou “Time Machine”. O disco traz faixas que merecem figurar na galeria dos clássicos da banda. “Atom & Evil” abre o álbum com um ‘riff’ arrastado, pesado. Seu andamento cadenciado lembra “Letters From Earth” e “Strange Highways”. O primeiro ‘single’ oficial, “Bible Black”, ganhou um videoclipe ridículo que o próprio Tony Iommi disse que não gostou. Em compensação a música é uma das melhores do disco. Cheia de energia, a música começa lenta e depois explode em um ‘riff’ rápido e um vocal agressivo. “Double the Pain” começa com uma introdução de Geezer Butler nem tão marcante quanto “N.I.B.”, nem tão obscura quanto “Virtual Death”. Ótima música também. “Eating the Cannibals” é a mais rápida do disco e remete à “Neon Knights” e “Turn Up the Night”.
“Follow the Tears”, com mais de seis minutos, também é arrastada e apesar de longa não cansa. Os ‘riffs’ marcantes de Tony Iommi se mostram presentes na faixa que encerra o disco, “Breaking Into Heaven”, música onde os quatro apresentam um trabalho incrível.
Este não é o melhor trabalho que os quatro fizeram juntos, mas é um ótimo álbum de metal Depois de várias audições o estranhamento inicial se desfaz e o álbum se mostra por inteiro. Sr. Osbourne deve estar se revirando no túmulo. Como? Ele não está morto?

Faixas do CD:

01. Atom & Evil
02. Fear
03. Bible Black
04. Double the Pain
05. Rock & Roll Angel
06. The Turn of the Screw
07. Eating the Cannibals
08. Follow the Tears
09. Neverwhere
10. Breaking into Heaven

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